
Por meio da Inteligência Artificial (IA), departamentos de Recursos Humanos e recrutadores têm a possibilidade de rapidamente fazer a triagem de centenas de currículos que recebem e que levariam horas e dias para serem selecionados, bem como muitos até poderiam ser descartados por falta de tempo para sua verificação. Assim, através dessa ferramenta, o RH precisa somente inserir os critérios da vaga na base de dados para a tecnologia trabalhar usando desde palavras chaves até análise semântica de palavras.
O grande desafio das empresas é a utilização do algoritmo de maneira que ele não seja tendencioso a ponto de fazer escolhas baseadas em religião, etnia ou gênero. Apesar do algoritmo ser chamado de inteligência artificial, são os seres humanos que inserem informações sobre a vaga e, se focarem apenas no desempenho, podem fazer com que a tecnologia tenha um viés de dados que perpetue preconceitos.
Adriano Mussa, reitor e diretor acadêmico, explica que a pessoa que vai inserir as informações na IA tem de considerar diversidade e pluralidade na descrição da definição do profissional ideal para vaga para não perpetuar o mesmo perfil. É um algoritmo que vai predizer matematicamente o melhor perfil que se adequa às necessidades. “A IA é burra, o pior nome que poderia ter é inteligência artificial, deveria se chamar algoritmo preditivo”, comenta.
A IA pode ajudar muito na eficiência da pré-seleção para encontrar o perfil correspondente de um profissional com os valores de uma empresa, mas a decisão final tem de ser sempre do ser humano. Se quem estiver programando a inteligência não colocar, por exemplo, aspectos de diversidade entre as características, o algoritmo vai procurar currículos homogêneos e vai repetir os vieses sociais já existentes e que talvez não se queira perpetuar.
A inteligência artificial utilizada pelos RH das empresas cria um modelo de candidato ideal a partir dos dados inseridos por seres humanos e faz as buscas e associações para selecionar os candidatos mais compatíveis com o perfil. Mas os processos de seleção feitos pela IA não são os mesmos e as empresas podem escolher tecnologias que usam análise semântica, associação de palavras ou seleção indireta.
Como encontrar o perfil correspondente utilizando a inteligência artificial
Quem procura emprego certamente já teve o currículo selecionado ou descartado pela inteligência artificial e não percebeu. Como não é possível identificar o uso da tecnologia, os especialistas em IA recomendam que os candidatos preencham os currículos virtuais sempre pensando em encontrar correspondência com a tecnologia.
Um dos segredos é o candidato destacar a experiência profissional, o impacto que gerou na empresa e quantificar o que fez. Também é recomendado que as pessoas não esperem ficar desempregadas para atualizar o currículo com cursos novos ou palestras que participaram, mantendo, ainda, a rede profissional LinkedIn sempre atualizada.
O candidato também deve ficar atento ao preenchimento completo do currículo com as informações referentes à vaga para encontrar correspondência com a Inteligência Artificila. O profissional deve responder com atenção todas as perguntas do formulário virtual. Muitas empresas inserem perguntas eliminatórias que os candidatos não respondem, como pretensão salarial, certificação ou conhecimento de determinado software. Vale destacar também que as pessoas prestem muita atenção no momento de descrever a experiência profissional, especialmente as duas últimas mais recentes.
Fonte: Portal Infomoney