Mudança que já produziu bons resultados quanto à produtividade e bem-estar dos funcionários em alguns países do mundo, começa a ser testada no Brasil no primeiro mês de 2024: a semana de trabalho de quatro dias. Conforme declarou recentemente o bilionário Bill Gates nos EUA, o propósito da vida não é apenas trabalhar. E, antes mesmo de essa tendência se consolidar ao redor do mundo, o fundador da Microsoft defendeu uma semana de trabalho ainda mais curta, de três dias.

O CEO do JP Morgan também defendeu essa ideia. “Seus filhos vão viver até os 100 anos e não vão ter câncer devido à tecnologia. E eles provavelmente vão trabalhar três dias e meio na semana”, disse Jamie Dimon em entrevista à Bloomberg em outubro.

Na Vockan Consulting, empresa de tecnologia voltada para a indústria, a redução da jornada de trabalho para quatro dias resultou em uma produtividade 41% acima da média. A empresa começou o plano piloto do novo regime de trabalho em novembro de 2022 e finalizou o período de testes com 70% dos seus 100 funcionários em março deste ano. Hoje, a Vockan continua funcionando em jornada reduzida e em sistema híbrido – 3 dias de trabalho home office e 1 dia presencial. “O mais importante é mapear a empresa e o segmento e entender o dia a dia do colaborador e como redesenhar a sua rotina de trabalho”, diz Fabrício Oliveira, CEO da Vockan.

Maior retenção e atração de talentos, além de funcionários mais felizes e com melhor saúde mental foram alguns dos resultados observados pela Vockan, que tem sede em São Paulo. “O número de colaboradores aumentou 62% desde o início do projeto e nossas pesquisas anônimas de clima mostraram que 60% dos colaboradores estão muito felizes e 40% estão felizes com o trabalho”, diz Oliveira.

Vale ressaltar que o Future Forum, consórcio do Slack focado no futuro do trabalho, entrevistou funcionários com modelos de trabalho flexíveis, sinalizando que 57% deles tinham mais chances de dizer que a cultura da empresa melhorou nos últimos dois anos em comparação com pessoas que trabalham 100% presencialmente. Companhias com políticas de trabalho flexíveis também faturam mais, como mostra uma análise de 554 empresas públicas norte-americanas feita pela Scoop, uma startup de gestão de trabalho híbrido, em parceria com o BCG.

Fonte: Forbes