
Nos últimos anos, a necessidade da rápida adaptação a um novo modelo de trabalho fez com que muitas lideranças de Recursos Humanos adotassem o chamado RH ágil. Em um período de transformações tão intensas, se saiu melhor quem conseguiu aprender rapidamente a usar tecnologias, plataformas e a se adaptar às novas formas de trabalhar. Porém, com o avanço da vacinação e a retomada de uma vida mais próxima ao normal, é preciso evitar modismos e olhar para as metodologias ágeis de maneira estratégica.
Segundo Ana Paula Lehmkuhl, especialista em gerência de pessoas, mesmo com esse avanço, a mudança possui requisitos para acontecer de forma eficaz. “Esses profissionais devem estar cientes de que, para a implementação da metodologia ágil ser bem sucedida, é preciso haver envolvimento da alta liderança, dos gestores e também dos colaboradores – afinal, mais do que uma nova forma de atuação, o RH ágil é uma mentalidade”.
Sendo assim, o RH precisa passar a olhar para todas as ações e demandas já existentes a partir de uma nova ótica, tentando ser muito mais prospectivo. “Os desafios sempre vão existir: a tecnologia segue crescendo exponencialmente, a geração Z já está chegando ao mercado e uma nova relação com o trabalho vem sendo estabelecida. Cabe ao profissional dar atenção a essas demandas a partir de uma mentalidade compatível ao formato ágil”, manifesta ela.
Ser ágil é ser simples
Segundo Ana Paula, de forma objetiva, o RH ágil deve permitir que sejam desenvolvidas habilidades que tornem o trabalho mais adaptável, flexível e focado em entregas. “O que o desenvolvimento ágil de RH prega é que as relações sejam mais colaborativas (com menos estruturas hierárquicas), transparentes, humanas e flexíveis. Ao invés de seguir um plano fechado, o que conta mais nesse formato é se adaptar à realidade. Assim, o planejamento acontece de forma mais contínua”, ressalta.
A maior evidência de que a área não está entregando valor é quando os funcionários têm a percepção de que a equipe de Recursos Humanos está ali apenas para cobrar. Isso porque, muitas vezes, o que é feito pelo RH é para o RH – e essa é uma das mudanças urgentes que devem ser feitas em uma organização. Para a especialista, diante das mudanças em andamento e de todas aquelas que ainda irão acontecer, abraçar a metodologia ágil no RH significa ressignificar paradigmas que antes eram portos-seguros.
“Se há algo que aprendemos nos últimos anos é que, na verdade, não estamos tão seguros assim. Mudanças estão acontecendo a todo o momento e uma mentalidade aberta ao novo e à melhoria contínua é o que permitirá aos gestores de recursos humanos exercer um papel estratégico em organizações em um mundo pós-pandêmico”, evidencia.
Fonte: Portal Contábeis / Por Ana Paula Lehmkuhl, especialista em gerência de pessoas