
Você já ouviu falar sobre o officeless? Na prática, o termo está associado ao processo de confiança na equipe, que é tamanha a ponto de utilizar o trabalho remoto como opção principal, cobrar e avaliar os colaboradores por cumprimento, qualidade e resultados das entregas. Porém, sem dúvida, o processo apresenta desafios significativos para as equipes de recursos humanos. A seguir, confira oito situações:
1 – Cultura corporativa
O mundo mudou, as relações de trabalho não são mais as mesmas e o perfil dos profissionais também sofreu alterações, exigindo que as práticas, as crenças e os valores das organizações também sejam revisados. Isso quer dizer que adotar o modelo officeless é uma ação que vai muito além de simplesmente transferir toda a equipe para o modelo remoto e fechar as portas do escritório.
2 – Retenção de talentos
Com a popularização do trabalho remoto e a consequente quebra das barreiras geográficas no mercado de trabalho, essa ação preventiva se tornou ainda mais necessária. Afinal, um talento que hoje integra a minha equipe amanhã pode estar no radar de literalmente qualquer empresa do mundo.
3 – Contratação do profissional adequado
Os recrutamentos remotos têm atraído muitos candidatos curiosos para as entrevistas. Isso acontece pela facilidade de encaixar o bate-papo com o recrutador entre uma atividade ou outra, diferentemente da época em que era preciso reservar um amplo espaço na agenda, considerando deslocamentos e a participação presencial nessas reuniões. Além disso, seja qual for a vaga, considerando o modelo officeless, a organização precisa de profissionais flexíveis, engajados, resilientes, com senso de urgência e foco em resultados, além da capacidade de autogerenciamento e das habilidades técnicas para desempenhar bem a função. Ou seja, a contratação precisa ser ainda mais estratégica.
4 – Pacote de benefícios
No modelo officeless, talvez faça mais sentido para o colaborador receber vale-alimentação no lugar de vale-refeição. É possível que ele deseje ajuda de custo para uma atividade de bem-estar, em vez de crédito para estacionamento ou combustível. Isso apenas para citar breves exemplos de variações de desejos e necessidades. O ponto de atenção nesse tópico está em oferecer benefícios que possam ser desfrutados em qualquer parte do Brasil, ou – em alguns casos – do mundo. Nesse quesito, as melhores práticas salariais do mercado também precisam ser consideradas.
5 – Conexão entre os profissionais
As pausas no expediente para o café ou as saídas em grupo para o almoço, que existem no modelo presencial, são excelentes momentos para aumentar a conexão entre os colaboradores, o que, de certa forma, contribui para que eles se conheçam melhor e se sintam mais motivados a colaborar uns com os outros. Com a equipe trabalhando de maneira distribuída, o desafio do RH está em criar espaços e momentos para esse contato humano, em que seja possível confraternizar e trocar informações e experiências.
6 – Fluidez da operação
No modelo officeless, é fundamental garantir que o colaborador tenha uma estrutura de trabalho adequada, tanto do ponto de vista de móveis e equipamentos quanto de tecnologia. Além disso, é preciso garantir a implementação de soluções tecnológicas para a gestão de tarefas e a comunicação entre os times. E ainda é necessário prover orientação quanto à otimização do tempo em reuniões on-line, para garantir a fluidez do expediente.
7 – Qualificação do time
Mesmo com a equipe trabalhando de maneira distribuída, é preciso garantir a continuidade da qualificação do time quanto aos processos internos e às atualizações de conhecimentos. Além disso, é importante qualificar os líderes, no quesito gestão a distância, e os liderados, com relação ao autogerenciamento.
8 – Saúde mental da equipe
Com o burnout classificado pela OMS como uma doença relacionada ao trabalho, o RH das organizações precisa encontrar uma forma de mapear corretamente o bem-estar mental e emocional dos colaboradores, enquanto orienta os líderes sobre as boas práticas diante de ocorrências, e oferecer suporte aos profissionais que necessitem de auxílio.
Fonte: Portal Exame
Por Fernando Mantovani, autor do livro Para quem está na chuva… e não quer se molhar